Livro "Proibido Amor"



Proibido Amor não é fruto de negativismos, mas da esperança de que um dia poderemos viver em paz, não importando a cor da pele, a raça, o condição social ou orientação sexual. Que os leitores sejam agraciados pela mesma paixão pela vida que tenho em meu coração, e, parafraseando Jesus Cristo: "... que tenham vida em abundância..."


FILME: PROIBIDO AMOR

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quarta-feira, 31 de março de 2010

Vale tudo: Homossexualidade na antiguidade (Site Editora Abril)


Na Antiguidade, ninguém saía dizendo por aí que fulano era gay, mesmo que fosse. Por milhares de anos, o amor entre iguais era tão comum que não existia nem o conceito de homossexualidade - por Humberto Rodrigues e Cláudia de Castro Lima

A união civil entre pessoas do mesmo sexo pode parecer algo bastante recente, coisa de gente moderna. Apenas em 1989 a Dinamarca abraçou a causa – foi o primeiro país a fazer isso. Hoje, o casamento gay está amparado na lei de 21 nações. Essa marcha, porém, de nova não tem nada. Sua história retoma um tempo em que não havia necessidade de distinguir o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo – para os povos antigos, o conceito de homossexualidade simplesmente não existia.

Um dos mais antigos e importantes conjuntos de leis do mundo, elaborado pelo imperador Hammurabi na antiga Mesopotâmia em cerca de 1750 a.C., contém alguns privilégios que deveriam ser dados aos prostitutos e às prostitutas que participavam dos cultos religiosos. Eles eram sagrados e tinham relações com os homens devotos dentro dos templos da Mesopotâmia, Fenícia, Egito, Sicília e Índia, entre outros lugares. Herdeiras do Código de Hammurabi, as leis hititas chegam a reconhecer uniões entre pessoas do mesmo sexo. E olha que isso foi há mais de 3 mil anos.


Na Grécia e na Roma da Antiguidade, era absolutamente normal um homem mais velho ter relações sexuais com um mais jovem. O filósofo grego Sócrates (469-399), adepto do amor homossexual, pregava que o coito anal era a melhor forma de inspiração – e o sexo heterossexual, por sua vez, servia apenas para procriar. Para a educação dos jovens atenienses, esperava-se que os adolescentes aceitassem a amizade e os laços de amor com homens mais velhos, para absorver suas virtudes e seus conhecimentos de filosofia. Após os 12 anos, desde que o garoto concordasse, transformava-se em um parceiro passivo até por volta dos 18 anos, com a aprovação de sua família. Normalmente, aos 25 tornava-se um homem – e aí esperava-se que assumisse o papel ativo.


Entre os romanos, os ideais amorosos eram equivalentes aos dos gregos. A pederastia (relação entre um homem adulto e um rapaz mais jovem) era encarada como um sentimento puro. No entanto, se a ordem fosse subvertida e um homem mais velho mantivesse relações sexuais com outro, estava estabelecida sua desgraça – os adultos passivos eram encarados com desprezo por toda a sociedade, a ponto de o sujeito ser impedido de exercer cargos públicos.


Sexo para procriar

O judaísmo já pregava que as relações sexuais tinham como único fim a máxima exigida por Deus: “Crescei e multiplicai-vos”. Até o início do século 4, essa idéia, porém, ficou restrita à comunidade judaica e aos poucos cristãos que existiam. Nessa época, o imperador romano Constantino converteu-se à fé cristã – e, na seqüência, o cristianismo tornou-se obrigatório no maior império do mundo. Como o sexo passou a ser encarado apenas como forma de gerar filhos, a homossexualidade virou algo antinatural. Data de 390, do reinado de Teodósio, o Grande, o primeiro registro de um castigo corporal aplicado em gays.

O primeiro texto de lei proibindo sem reservas a homossexualidade foi promulgado mais tarde, em 533, pelo imperador cristão Justiniano. Ele vinculou todas as relações homossexuais ao adultério – para o qual se previa a pena de morte. Mais tarde, em 538 e 544, outras leis obrigavam os homossexuais a arrepender-se de seus pecados e fazer penitência. O nascimento e a expansão do islamismo, a partir do século 7, junto com a força cristã, reforçaram a teoria do sexo para procriação.


Durante muito tempo, até meados do século 14, no entanto, embora a fé condenasse os prazeres da carne, na prática os costumes permaneciam os mesmos. A Igreja viu-se, a partir daí, diante de uma série de crises. Os católicos assistiram horrorizados à conversão ao protestantismo de diversas pessoas após a Reforma de Lutero. E, com o humanismo renascentista, os valores clássicos – e, assim, o gosto dos antigos pela forma masculina – voltaram à tona. Pintores, escritores, dramaturgos e poetas celebravam o amor entre homens. Além disso, entre a nobreza, que costumava ditar moda, a homossexualidade sempre correu solta. E, o mais importante, sem censura alguma – ficaram notórios os casos homossexuais de monarcas como o inglês Ricardo Coração de Leão (1157-1199).


A preocupação científica com os gays começou no século 19. A expressão “homossexual” foi criada em 1848, pelo psicólogo alemão Karoly Maria Benkert. Sua definição para o termo: “Além do impulso sexual normal dos homens e das mulheres, a natureza, do seu modo soberano, dotou à nascença certos indivíduos masculinos e femininos do impulso homossexual(...). Esse impulso cria de antemão uma aversão direta ao sexo oposto”. Em 1897, o inglês Havelock Ellis publicou o primeiro livro médico sobre homossexualismo em inglês, Sexual Inversion (“Inversão sexual”, inédito no Brasil). Como muitos da época, ele defendia a idéia de que a homossexualidade era congênita e hereditária. A opinião científica, médica e psiquiátrica vigente era de que a homossexualidade era uma doença resultante de anormalidade genética associada a problemas mentais na família. A teoria, junto das idéias emergentes sobre pureza racial e eugenismo nos anos 1930, torna fácil entender por que a lobotomia foi indicada para os homossexuais.


A situação só começou a mudar no fim do século passado, quando a discussão passou a se libertar de estigmas. Em 1979, a Associação Americana de Psiquiatria finalmente tirou a homossexualidade de sua lista oficial de doenças mentais. Na mesma época, o advento da aids teve um resultado ambíguo para os homossexuais. Embora tenha ressuscitado o preconceito, já que a doença foi associada aos gays a princípio, também fez com que muitos deles viessem à tona, sem medo de mostrar a cara, para reivindicar seus direitos. Durante os anos 80 e 90, a maioria dos países desenvolvidos descriminalizou a homossexualidade e proibiu a discriminação contra gays e lésbicas. Em 2004, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos invalidou todas as leis estaduais que ainda proibiam a sodomia.


“Em toda a história e em todo o mundo a homossexualidade tem sido um componente da vida humana”, escreveu William Naphy, diretor do colégio de Teologia, História e Filosofia da Universidade de Aberdeen, Reino Unido, em Born to Be Gay – História da Homossexualidade. “Nesse sentido, não pode ser considerada antinatural ou anormal. Não há dúvida de que a homossexualidade é e sempre foi menos comum do que a heterossexualidade. No entanto, a homossexualidade é claramente uma característica muito real da espécie humana.” Para muitos, ainda hoje sair do armário continua sendo uma questão de tempo. As portas, no entanto, vêm sendo abertas desde a Antiguidade.

Amor na ilha de Lesbos
Há muito pouco registro do lesbianismo até o século 18

O historiador romano Plutarco dizia, no século 1, que na cidade grega de Esparta todas as melhores mulheres amavam garotas. Apesar disso, há muito pouco registro sobre o lesbianismo até pelo menos o século 18. Os termos “lesbianismo” e “lésbica”, aliás, têm origem na ilha grega de Lesbos, no mar Egeu, local de nascimento da poetisa Safo (610-580 a.C.) – seu nome originou a palavra “safismo”. Embora os livros de Safo tenham sido queimados por ordem de Gregório de Nazianzus, bispo de Constantinopla, cerca de 200 fragmentos resistiram ao tempo e ao cristianismo. Os poemas revelam uma paixão exuberante ao amor feminino, o que faz crer que a autora tenha partilhado desse sentimento. É impossível, no entanto, afirmar se a autora realmente amou as mulheres que enaltece em seus poemas – ou se era apenas uma questão de estilo. Um dos primeiros códigos legais a fazer menção ao homossexualismo feminino é um francês de 1270. Ele estabelecia que o homem que mantivesse relação homossexual deveria ser castrado e, se reincidente, morto. E também que uma mulher que tivesse relações com outra mulher perderia o “membro” se fosse pega. Que “membro” seria cortado, porém, o código não especifica.



Vale à pena sair do armário (Site A Capa - Por Marcelo Hailer 30/3/2010)




Todo mundo comentava, mas ninguém afirmava. E assim foi que Ricky Martin saiu do armário, por livre e espontânea vontade. Não foi revista de fofoca e nem um paparazzi que o flagrou saindo de uma boate gay. Martin simplesmente não aguentava mais viver escondido e se utilizou do blog para contar. "Sou um homossexual afortunado", declarou o agora assumido Rick. É a noticia. Está na mídia do mundo inteiro.


Mas a saída de armário do cantor porto-riquenho nos faz levantar algumas questões: por que só agora, quando o cantor está no ostracismo? Oportunismo? Tentativa de voltar à mídia? Atitude sincera de um artista que a vida inteira viveu sob os holofotes e era vendido como galã?Acredito que a ultima pergunta nos aproxima mais dos motivos que levaram Ricky Martin a se assumir, pois, ele não está sozinho na resposta.


Ao lado do ex-integrante da boy band Menudos dois cantores de grande sucesso configuram entre aqueles que negaram a homossexualidade e depois saíram do armário: Elton John e George Michael.O cantor e pianista Elton John desfrutou de grande sucesso no fim da década de 60 e durante os anos 70 foi um dos artistas que mais faturou. A partir de então inúmeros boatos surgiram em torno da sua sexualidade. Elton negava que fosse gay.Em 1984 o dono do hit "Nikita" anunciava o seu casamento com a engenheira Renate Blauel, união que terminaria dois anos depois. Mais tarde Elton John contaria para todos que Renate era uma amiga e que o casamento havia sido feito para espantar os boatos a respeito de sua homossexualidade.Na mesma época em que Elton saia do armário surgia outro cantor recordista de vendas e paradas.


Tratava-se de George Michael, que iniciou a sua carreira com o grupo Wham!, que abandonou em 1988, quando lançou "Faith", o disco mais vendido daquele ano. George se estabiliza como astro pop, era bonito e adorado pelas mulheres. Os boatos sobre a sua sexualidade também começam a pipocar na imprensa e não há afirmativa por parte do cantor.Talvez a saída de armário de George Michael tenha sido a mais traumática: em 1998 foi alvo de uma armadilha feita pela polícia no banheiro público de um parque em Beverly Hills, onde ele foi preso acusado de atentado ao pudor por tentar fazer sexo oral com um homem. Elton John e George Michael superaram o armário. Hoje Elton está casado de papel passado. Em seu último disco de estúdio, "Patience", George Michael fala abertamente sobre as suas relações homossexuais, porém, o cantor vive profundo ostracismo.


Será que agora Ricky Martin irá lançar um disco sobre os seus amores secretos?Apesar de Elton ser um dos artistas que mais vendeu da história da música, nunca mais recuperou o brilho de sua carreira alcançado entre as décadas de 70 e 80, apesar do Oscar pela canção do desenho "O Rei Leão", nos anos 90.George Michael nunca mais conseguiu se recuperar. Na época em que foi flagrado fazendo sexo oral em um banheiro público ele foi detonado pela mídia em geral. Hoje Michael está se tratando do vício em crack.Aqui falamos de três cantores de três geraçãoes de uma época em que os empresários obrigavam que permanecessem no armário.


O motivo era sempre o mesmo: cantor gay assumido vende menos e fica estigmatizado. Aí está, principalmente, Ricky Martin, pois, ele era o galanzinho do Menudo e depois virou o galã das celebridades. Quem não se lembra dos boatos sobre ele e Madonna?Saindo da música e olhando para o mundo das celebridades masculinas como um todo, quantos artistas não são alvo de comentários a respeito de sua homossexualidade? Atores que recusam papeis gays, jovens cantores que sempre anunciam namoradas que nunca são vistas e assim por diante.


E a pergunta é: vale a pena, por livre e espontânea vontade, sair do armário?